O jornalista Manuel Quilarque viajou de São Paulo a Brasília para votar nas eleições presidenciais da Venezuela, que definirão o próximo líder do país para o período de 2025 a 2031. Quilarque e outros eleitores na Embaixada da Venezuela em Brasília expressaram um forte desejo de mudança e esperam que o resultado das urnas seja respeitado.
Esperança por Liberdade e Reinstitucionalização
Quilarque, que vive no Brasil há 15 anos, destacou a esperança de recuperar a liberdade e reinstitucionalizar o país. Ele também mencionou a difícil situação dos venezuelanos no exterior e a necessidade de criar condições favoráveis para que possam retornar ao país.
Contexto Político e Participação da Oposição
O atual presidente, Nicolás Maduro, está no poder desde 2013 e enfrenta nove concorrentes nesta eleição, a primeira desde 2015 com a participação completa da oposição. Desde 2017, os principais partidos de oposição boicotavam as eleições nacionais.
Desafios no Registro Eleitoral
Dos cerca de 500 mil venezuelanos no Brasil, apenas 1.059 conseguiram se registrar para votar. Quilarque, com registro ativo há muitos anos, votou sem dificuldades, mas seu irmão na Espanha não conseguiu se registrar. Ele acredita que o sistema eleitoral é confiável, mas aponta problemas como a dificuldade de registro e coerção de funcionários públicos.
Divergências nas Pesquisas Eleitorais
As pesquisas eleitorais na Venezuela apresentam resultados divergentes. Algumas indicam uma vitória ampla para o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, enquanto outras apontam para uma vitória confortável de Maduro.
Dificuldades Logísticas e Financeiras
Desde 2019, com o rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Venezuela, a única seção eleitoral no Brasil está na embaixada em Brasília. Quilarque estima que apenas cerca de 30 pessoas votaram devido às dificuldades logísticas e financeiras, especialmente para aqueles em regiões distantes como Manaus e Boa Vista.
Manifestações de Apoio e Expectativas
A advogada Paula Marcondes, que não conseguiu se registrar para votar, foi à embaixada para apoiar a oposição. Ela espera uma mudança significativa após 24 anos. A analista de sistemas Sônia Mejia, que viajou de São Paulo para votar, expressou seu desejo de ver a vontade dos venezuelanos respeitada e o país prosperar.
Situação Econômica e Bloqueio Internacional
A Venezuela enfrenta um bloqueio financeiro e comercial desde 2017, resultando em uma grave crise econômica e a migração de mais de 7 milhões de pessoas. Apesar de uma recuperação econômica desde 2021, os salários permanecem baixos e os serviços públicos deteriorados. O embargo econômico foi parcialmente flexibilizado em 2022, mas denúncias de prisões de opositores e recusas de alguns candidatos a assinar acordos para respeitar o resultado eleitoral lançam dúvidas sobre o futuro pós-eleição.