As manifestações políticas de Bolsonaro voltaram a mobilizar milhares de apoiadores em um ato que teve como palco a Avenida Paulista, em São Paulo, em mais um movimento de pressão pública sobre o Supremo Tribunal Federal. O ex-presidente, em meio a um processo judicial que apura seu envolvimento em supostas tentativas de ruptura institucional, fez da manifestação um espaço para reafirmar sua narrativa de perseguição política e para lançar indiretas sobre o futuro da direita brasileira nas eleições de 2026. As manifestações políticas de Bolsonaro revelam a persistência de sua influência sobre parte significativa do eleitorado e do espectro conservador.
O evento intitulado Justiça Já contou com a presença de cerca de 12 mil pessoas, número considerado abaixo de outras mobilizações promovidas pelo ex-presidente. Mesmo assim, as manifestações políticas de Bolsonaro atraíram quatro governadores, incluindo Tarcísio de Freitas, que tem despontado como possível herdeiro político do bolsonarismo em uma eventual candidatura presidencial. A presença de lideranças estaduais demonstra que, apesar das investigações em curso, o ex-presidente ainda exerce um papel central na articulação da direita no país.
Durante o ato, Bolsonaro voltou a negar qualquer envolvimento direto em tentativa de golpe e classificou os ataques de 8 de janeiro como episódios isolados de vandalismo. As manifestações políticas de Bolsonaro foram usadas para defender uma anistia aos envolvidos na depredação das sedes dos Três Poderes, proposta que vem sendo discutida entre seus aliados no Congresso. O ex-presidente também pediu apoio popular para conquistar maioria legislativa, alegando que o atual Judiciário tem ultrapassado suas funções ao interferir no debate político.
As manifestações políticas de Bolsonaro reacendem o debate sobre os limites entre mobilização popular e pressão institucional. Especialistas em Direito Constitucional alertam que, embora o direito de manifestação esteja assegurado, utilizar atos públicos para influenciar decisões do Supremo pode configurar afronta à independência dos poderes. Ao mesmo tempo, o julgamento que corre no STF e que pode levar à inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 gera tensão crescente entre Judiciário e segmentos do eleitorado que o seguem fielmente.
Entre os participantes, o tom geral era de apoio irrestrito ao ex-presidente e críticas duras ao sistema judiciário. Cartazes, camisetas e discursos exaltaram as manifestações políticas de Bolsonaro como símbolo de resistência popular e desconfiança nas instituições. Essa retórica alimenta a polarização e cria um ambiente político tenso, especialmente diante da previsão de que o julgamento no STF tenha desfecho em setembro, mês estrategicamente sensível para o calendário eleitoral e para as movimentações de pré-candidaturas.
Analistas políticos avaliam que as manifestações políticas de Bolsonaro têm duplo objetivo: manter sua base engajada e testar os limites da mobilização popular em defesa de sua figura. Mesmo que os números estejam aquém do esperado, o impacto simbólico das manifestações reforça sua presença na agenda nacional. Além disso, Bolsonaro parece apostar na vitimização e no enfrentamento direto com o STF como estratégia de sobrevivência política, ainda que o risco de inelegibilidade cresça a cada semana.
Outro ponto relevante nas manifestações políticas de Bolsonaro é a tentativa de reposicionar sua imagem para além das acusações judiciais. Em seus discursos, ele se apresenta como defensor da liberdade, da fé e dos valores familiares, buscando reativar bandeiras ideológicas que marcaram sua campanha de 2018. Com isso, espera ampliar seu alcance para além da base radicalizada, mirando os eleitores mais moderados que ainda compartilham afinidades com seu discurso conservador.
O desfecho das manifestações políticas de Bolsonaro ainda é incerto, mas é evidente que o ex-presidente continuará utilizando atos públicos como ferramenta de influência e enfrentamento. A relação entre Executivo, Legislativo e Judiciário deve seguir marcada por embates intensos, principalmente com a proximidade das eleições municipais e o início das articulações para 2026. As manifestações políticas de Bolsonaro, portanto, continuam sendo um fator decisivo no xadrez político brasileiro, com potencial para alterar alianças e fortalecer narrativas tanto à direita quanto à esquerda.
Autor: Ivern Moral